Taiocity, Blog sobre geopolítica, política, cultura, tecnologia e ciência
Agricultura Familiar, o futuro da alimentação mundial nas mãos dos pequenos agricultores do passado
Sustentabilidade, artigo 3, 11/04/18, Taiocity.
O Brasil é o país com maior quantidade de terras agricultáveis do Planeta Terra, mas isso não quer dizer muita coisa em um mundo cada vez mais populoso, não é? Errado, é claro que é importante, porém é um leso engano pensar que o futuro da alimentação mundial depende de grandes extensões de terra dos latifúndios, na verdade depende dos pequenos agricultores encurralados pelos latifúndios. Cada região do planeta possui características próprias e por isso mesmo suas próprias potencialidades na agricultura, o fato é que depende do uso das técnicas tradicionais e adaptá-las para um novo método de produção em massa na intenção de preservar a natureza e potencializar a capacidade do solo de produzir mais alimentos sem agredi-lo. Isto é possível? Sim, é possível.
Hoje no mundo há diversas correntes de pensamento que se divergem entre si, algumas afirmam que o mundo está superpopuloso e o controle de natalidade deve ser um fato a rigo nas políticas de Estado nas nações, outras afirmam que a simples presença humana é perturbadora à natureza e por isso mesmo, deve ser procurar formas de diminuir seus impactos ou até mesmo sua presença! Mas, há outras extremas que afirmam que a humanidade deve ser extinta do Planeta, outras extremas afirmam que não existe nada de mal em aumentar a população indefinidamente. Mas a verdade racional dos fatos é que, não é a população mundial crescente que deve ser a preocupação e sim o aumento do consumo desmedido. É o atual modo de consumo descartável que pressiona a terra e não a população humana, é a urbanização e não a simples presença humana que gera impactos ao meio ambiente.
A Terra possui capacidade de suportar uma população muito maior que a atual, para você fazer uma simples conta veja a Índia: ela possui 1,3 bilhões de pessoas, quase a população chinesa, mas num território 3 vezes menor, a população indiana é maior do que qualquer continente da Terra menos a Ásia, nem por isso a Índia é um bloco de concreto, lá muito consegue produzir em alimentos e produtos em geral para sua população imensa, como também para suas cidades e rebanhos, o problema é que com o ‘desenvolvimento econômico’ o consumo dos indianos cresce a cada ano e isso vai provocando uma maior pressão no meio ambiente. O que deve mudar então é o consumo industrial atual, além de aproveitar o material já usado para consumo em reciclagem (parece clichê, mas a humanidade não aprendeu a reaproveitar o material consumido). Agora, vamos para Bangladesh, país vizinho que possui uma população que se aproxima dos 170 milhões de pessoas, equiparável ao Brasil (200 milhões de habitantes), e um território cerca de 20 vezes menor que a Índia, sua população é pobre e de agricultores (em sua maioria), mas consegue se alimentar continuamente apesar do baixo desenvolvimento econômico a população não morre de fome, apesar da pobreza. Outro país é o Paquistão, onde a população se aproxima da casa dos 200 milhões de habitantes (assim como o Brasil), e possui uma área menor que a região Sudeste do Brasil. Estes três países possuem grande parte de sua população vivendo nas áreas rurais e são alto-suficientes na alimentação, graças à uma coisa em comum, a agricultura familiar. Mas para trazer os exemplos para mais perto de nós vamos falar do Brasil:
O Brasil é o país com mais terras agricultáveis do mundo e isto não inclui a floresta amazônica, já que suas terras não são propícias para a agricultura, mas isto não significa que a floresta seja inútil para alimentar a humanidade, ao contrário, essa floresta é alto suficiente na produção de alimentos naturalmente, mas seu potencial é em pé, não caída no chão. Os brasileiros são alimentados principalmente pelos pequenos agricultores, eles por sua vez respondem por uma pequena parte das terras cultivadas do país que é ocupado por latifúndios enormes que se destinam principalmente para a exportação e para suplementação de rebanhos animais pelo mundo, ou seja, a agricultura familiar é a que alimenta basicamente o país de 200 milhões de pessoas, e estes mesmo agricultores respondem por menos de 1% do território brasileiro, inferior inclusive ao plantio de cana de açúcar que se destina a produção de etanol. Imagine se 10% do país fosse de agricultura familiar? Poderia abastecer a terça parte da população humana mundial, sem contar que essa mesma agricultura familiar não agride o meio-ambiente em grande parte, pois utiliza de métodos tradicionais para cultivar o solo, garantindo sua recuperação, apesar disso, essa mesma agricultura familiar poderia ser muito mais produtiva se métodos eficientes comprovados pela ciência fossem inseridos em grande escala, um exemplo é a apicultura aliada a faixas de florestas em rios e lagos, com plantações variadas partilhando o mesmo terreno com rotatividade entre cultivo de terra e crescimento de mata secundária, além de garantir a nutrição do solo e do seu descanso, promove variação das atividades e uma elevação muito grande da produtividade.
Levando em consideração um país como Bangladesh que possui metade da área do estado de São Paulo com 80% da população brasileira em tamanho, ainda possui grande parte de agricultores familiares, se fôssemos transformá-los em um país do tamanho do Brasil, seria um país com 8,7 bilhões de pessoas em proporção a atual! E ainda assim seria alto-suficiente, mas com a atual agricultura industrial seria impossível abastecer toda essa gente em tão pouco território.
A agricultura industrial cria desertos verdes com o monopólio da produção de um só alimento numa grande faixa de terra que empobrece o solo, desabastece os lençóis freáticos, desestabiliza o microclima, polui e diminui a capacidade dos rios, enquanto a agricultura familiar preserva e promove as florestas verdes, oferece maior variedade e adaptabilidade da natureza à produção familiar, mantém as nascentes limpas e os rios conseguem se manter ao longo do ano, não prejudica o microclima, é só lembrar que a monocultura vêm dos últimos séculos e a agricultura familiar sempre esteve presente no progresso humano.
O futuro da alimentação mundial depende da aliança com o passado, passa pelos agricultores familiares e as técnicas tradicionais de cultivo aliadas a um avanço de conhecimento científico na preservação do meio ambiente e potencialização da produção naturalmente.
A agricultura familiar sempre esteve presente no progresso humano e é ela que vai estar no futuro humano, pois ela é a única que possui respostas importantes de como abastecer as futuras gerações humanas sem sobrecarregar a Terra, mesmo com o aumento populacional. Como vimos a desculpa de grande população não é verdade, o que a Terra não suporta é a ganância de grandes conglomerados industriais que são sanguessugas do meio ambiente.
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Agricultura Familiar, o futuro da alimentação mundial nas mãos dos pequenos agricultores do passado
Sustentabilidade, artigo 3, 11/04/18, Taiocity.
O Brasil é o país com maior quantidade de terras agricultáveis do Planeta Terra, mas isso não quer dizer muita coisa em um mundo cada vez mais populoso, não é? Errado, é claro que é importante, porém é um leso engano pensar que o futuro da alimentação mundial depende de grandes extensões de terra dos latifúndios, na verdade depende dos pequenos agricultores encurralados pelos latifúndios. Cada região do planeta possui características próprias e por isso mesmo suas próprias potencialidades na agricultura, o fato é que depende do uso das técnicas tradicionais e adaptá-las para um novo método de produção em massa na intenção de preservar a natureza e potencializar a capacidade do solo de produzir mais alimentos sem agredi-lo. Isto é possível? Sim, é possível.
Hoje no mundo há diversas correntes de pensamento que se divergem entre si, algumas afirmam que o mundo está superpopuloso e o controle de natalidade deve ser um fato a rigo nas políticas de Estado nas nações, outras afirmam que a simples presença humana é perturbadora à natureza e por isso mesmo, deve ser procurar formas de diminuir seus impactos ou até mesmo sua presença! Mas, há outras extremas que afirmam que a humanidade deve ser extinta do Planeta, outras extremas afirmam que não existe nada de mal em aumentar a população indefinidamente. Mas a verdade racional dos fatos é que, não é a população mundial crescente que deve ser a preocupação e sim o aumento do consumo desmedido. É o atual modo de consumo descartável que pressiona a terra e não a população humana, é a urbanização e não a simples presença humana que gera impactos ao meio ambiente.
A Terra possui capacidade de suportar uma população muito maior que a atual, para você fazer uma simples conta veja a Índia: ela possui 1,3 bilhões de pessoas, quase a população chinesa, mas num território 3 vezes menor, a população indiana é maior do que qualquer continente da Terra menos a Ásia, nem por isso a Índia é um bloco de concreto, lá muito consegue produzir em alimentos e produtos em geral para sua população imensa, como também para suas cidades e rebanhos, o problema é que com o ‘desenvolvimento econômico’ o consumo dos indianos cresce a cada ano e isso vai provocando uma maior pressão no meio ambiente. O que deve mudar então é o consumo industrial atual, além de aproveitar o material já usado para consumo em reciclagem (parece clichê, mas a humanidade não aprendeu a reaproveitar o material consumido). Agora, vamos para Bangladesh, país vizinho que possui uma população que se aproxima dos 170 milhões de pessoas, equiparável ao Brasil (200 milhões de habitantes), e um território cerca de 20 vezes menor que a Índia, sua população é pobre e de agricultores (em sua maioria), mas consegue se alimentar continuamente apesar do baixo desenvolvimento econômico a população não morre de fome, apesar da pobreza. Outro país é o Paquistão, onde a população se aproxima da casa dos 200 milhões de habitantes (assim como o Brasil), e possui uma área menor que a região Sudeste do Brasil. Estes três países possuem grande parte de sua população vivendo nas áreas rurais e são alto-suficientes na alimentação, graças à uma coisa em comum, a agricultura familiar. Mas para trazer os exemplos para mais perto de nós vamos falar do Brasil:
O Brasil é o país com mais terras agricultáveis do mundo e isto não inclui a floresta amazônica, já que suas terras não são propícias para a agricultura, mas isto não significa que a floresta seja inútil para alimentar a humanidade, ao contrário, essa floresta é alto suficiente na produção de alimentos naturalmente, mas seu potencial é em pé, não caída no chão. Os brasileiros são alimentados principalmente pelos pequenos agricultores, eles por sua vez respondem por uma pequena parte das terras cultivadas do país que é ocupado por latifúndios enormes que se destinam principalmente para a exportação e para suplementação de rebanhos animais pelo mundo, ou seja, a agricultura familiar é a que alimenta basicamente o país de 200 milhões de pessoas, e estes mesmo agricultores respondem por menos de 1% do território brasileiro, inferior inclusive ao plantio de cana de açúcar que se destina a produção de etanol. Imagine se 10% do país fosse de agricultura familiar? Poderia abastecer a terça parte da população humana mundial, sem contar que essa mesma agricultura familiar não agride o meio-ambiente em grande parte, pois utiliza de métodos tradicionais para cultivar o solo, garantindo sua recuperação, apesar disso, essa mesma agricultura familiar poderia ser muito mais produtiva se métodos eficientes comprovados pela ciência fossem inseridos em grande escala, um exemplo é a apicultura aliada a faixas de florestas em rios e lagos, com plantações variadas partilhando o mesmo terreno com rotatividade entre cultivo de terra e crescimento de mata secundária, além de garantir a nutrição do solo e do seu descanso, promove variação das atividades e uma elevação muito grande da produtividade.
Levando em consideração um país como Bangladesh que possui metade da área do estado de São Paulo com 80% da população brasileira em tamanho, ainda possui grande parte de agricultores familiares, se fôssemos transformá-los em um país do tamanho do Brasil, seria um país com 8,7 bilhões de pessoas em proporção a atual! E ainda assim seria alto-suficiente, mas com a atual agricultura industrial seria impossível abastecer toda essa gente em tão pouco território.
A agricultura industrial cria desertos verdes com o monopólio da produção de um só alimento numa grande faixa de terra que empobrece o solo, desabastece os lençóis freáticos, desestabiliza o microclima, polui e diminui a capacidade dos rios, enquanto a agricultura familiar preserva e promove as florestas verdes, oferece maior variedade e adaptabilidade da natureza à produção familiar, mantém as nascentes limpas e os rios conseguem se manter ao longo do ano, não prejudica o microclima, é só lembrar que a monocultura vêm dos últimos séculos e a agricultura familiar sempre esteve presente no progresso humano.
O futuro da alimentação mundial depende da aliança com o passado, passa pelos agricultores familiares e as técnicas tradicionais de cultivo aliadas a um avanço de conhecimento científico na preservação do meio ambiente e potencialização da produção naturalmente.
A agricultura familiar sempre esteve presente no progresso humano e é ela que vai estar no futuro humano, pois ela é a única que possui respostas importantes de como abastecer as futuras gerações humanas sem sobrecarregar a Terra, mesmo com o aumento populacional. Como vimos a desculpa de grande população não é verdade, o que a Terra não suporta é a ganância de grandes conglomerados industriais que são sanguessugas do meio ambiente.
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