Reforma Trabalhista e Meio Rural - Quem está a favor do homem do campo?

Quem não conhece o meio rural, daquelas zonas pobres,formado de pequenos agricultores familiares, sejam eles de povos tradicionais, sejam de camponeses comuns não tem legitimidade para mudar um aspecto importante destas populações, a aposentadoria, quando esta está sendo ameaçada de ser privada dos pequenos trabalhadores rurais do Brasil. A população rural diminui a cada ano, principalmente nas regiões pobres do Brasil, por diversos motivos como a estiagem, falta de assistência do Estado e falta de proteção ao poder econômico dos pequenos produtores rurais. Quem mais serão afetados por mudanças previdenciárias serão os pequenos trabalhadores e agricultores tradicionais do Brasil, entre eles os vazanteiros, geraizeiros, pantaneiros. Diante de um êxodo rural que já dura décadas, deterioração da qualidade de vida das populações rurais, ausência de um estado de bem estar social capaz de integrar verdadeiramente o homem rural à sociedade brasileira e agora com a proposta de mudança dos benefícios previdenciários dos trabalhadores rurais, tem-se a seguinte questão; o Estado Brasileiro está ou não está a favor do homem do campo?

No setor alimentício os trabalhadores rurais mantém viva a cultura agropecuária do Brasil.

o Estado considera “privilégio” dos pobres rurais a aposentadoria diferenciada em idade e contribuição.

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O Brasil é alimentado por pequenos agricultores em suas pequenas propriedades rurais com pouca assistência do Estado. Os grandes produtores se concentram nas exportações, área em que o Brasil cresce. No setor alimentício os trabalhadores rurais mantém viva a cultura agropecuária do Brasil. Com a proposta de reforma da previdência para os trabalhadores e agricultores, quem mais serão afetados serão os pequenos, aqueles com baixo poder aquisitivo. Terão que trabalhar muito mais tempo para conseguir a aposentadoria. Inicialmente o governo propôs uma reforma que igualaria todos os trabalhadores numa só regra, mas justiça não é necessariamente igualdade. Os trabalhadores rurais possuem bem menos assistência em Educação, Saúde, Transporte e etc. Com as propostas o governo negligencia o fato de que a expectativa de vida no meio rural é menor que na média nacional, o número de jovens que querem morar ou continuar no campo diminui a cada ano, quem garante o alimento orgânico para a massa do povo brasileiro é o pequeno produtor, ameaçado por quem não conhece a diversidade de povos e condições econômicas do meio rural brasileiro. Os povos geraizeiros, vazanteiros (no norte de Minas), pantaneiros, retireiros (no Centro-Oeste), sertanejos e caatingueiros em geral, além dos pescadores tradicionais que guardam a genuína cultura nacional ainda perseverante no interior, estão uma vez mais ameaçados, dessa vez não pela seca, excesso de chuvas, inflação, desemprego, falta de saúde e educação, mas pela possível falta de “descanso” da aposentadoria, pois o Estado considera “privilégio” dos pobres rurais a aposentadoria diferenciada em idade e contribuição.

O Estado Brasileiro está ou não está a favor do homem do campo? os velhos problemas no meio rural não foram superados, o rural não foi totalmente integrado à sociedade brasileira, e esta não possui o “estado de bem estar social” típico de países desenvolvidos para uma mudança na previdência.