Artigo Informativo e Opinativo
Imagem de Websi por Pixabay
Não há país com mais líderes ignorantes sobre política do que o Brasil. Bem, talvez, eu tenha exagerado, não conheço outros líderes que sejam burros como os brasileiros. Uma das coisas que constatam esta situação catastrófica e aparentemente irremediável é o descaso dos brasileiros e em especial dos líderes com a própria história. Nesse artigo em especial quero tratar especificamente da questão arquitetônica. No Brasil a lógica é destruir o que é antigo e colocar no lugar um mercado com vidro espelhado, um salão de festas num galpão de metal no lugar de uma casa do século XIX e etc. O efeito disso é que as gerações mais novas vão perdendo a noção de sociedade enquanto uma continuidade histórica e não apenas de convívio de interesses individuais. As gerações mais novas não apenas perdem a noção de sociedade como procura consciente, subconsciente, e inconscientemente novos arquétipos de sociedade ou pseudosociedades que corroem o seio de maturidade social como veremos depois.
Para não delongar basta dizer que todo ser humano necessita de convívio social. Invariavelmente é assim. Mas a negligência de uma sociedade alicerçada em princípios de interdependência e respeito a individualidade provocar-se á uma verdadeira engenharia criminosa de autopreenchimento voraz por categorias nada convencionais. É o que acontece com a nossa arquitetura histórica , ela, simplesmente, é apagada ao longo dos dias e anos que passam, e novos edifícios são postos no lugar dela, dando a sensação de que a sociedade é reconstruída a cada nova geração do zero, sem laços inclusive de convívio com a anterior, exceto para a sua superação conceitual. Isto acontece não só com a arquitetura, mas também com a literatura, com a música, com a arte esculpida, com o cinema e com a política, e até com os valores de educação e convivência. Ou seja, com todos os tipos de artes, que são expressão da alma humana no meio natural. O homem deixa de manipular o natural para se sobrepor ao caos natural, para manipular o que já foi feito para sobrepor-se ao que já foi edificado antes e portanto, para gerar o novo caos. Mas, alguém se pergunta qual a consequência disso? Não, nem os artistas, eles estão preocupados demais para seguir as novas modas que vão substitui-los amanhã. O que acontecerá é simples, uma juventude rebelde a cada nova geração.
Sem este senso de pertença a juventude mergulha-se em pseudosociedades que são nada mais do que tentativas de preencher o vazio de identidade social que também é identidade individual, pois estão enlaçados. O primeiro laço é o da família, os pais não tem os mesmo gostos que os filhos, isto é uma catástrofe irremediável, pois já se impregnou nas raízes das últimas gerações. O segundo laço é o do clã, que no Brasil, exceto por contextos muito isolados, já se perdeu completamente e a ideia passa de forma caricata na cabeça das pessoas. O terceiro laço é a comunidade (não apenas de vizinhança, mas de laços históricos, sociais, religiosos e etc.) que antigamente se concentrava no meio rural, hoje, está nos bairros, de forma muito sutil e superficial. O quarto laço é a fé e religião, que hoje foi substituída por outras pseudoreligiões como torcidas organizadas e gostos individuais coincidentes. O quinto laço é o do patriotismo que pode se expressar por diferentes níveis como a cidade, a região, o próprio país e etc. Estes laços não possuem hierarquia, eu enumerei apenas para exemplificar os tipos de laços sociais que estão diretamente atingidos pelo conceito destruir-reconstruir-destruir da nossa sociedade brasileira atual.
Coisa semelhante é o que acontece com a arquitetura de um povo, ela expressa a sua identidade, sua forma de construir, de olhar e contemplar ou manipular o ambiente ao seu redor. Ela vai construindo laços do passado com o presente e conforme também avança o futuro. Mas, no Brasil isto se perdeu completamente, tudo é destruído, tudo, tudo, um exemplo é Guarulhos, na Grade São Paulo, onde a cidade de 460 anos não possui quase nada que conte a sua história desses quase 5 séculos! Principalmente de formas arquitetônicas preservadas, tudo é destruído, tudo é reconstruído, é mais importante mercados e shoppings sem identidade, idênticos no mundo inteiro, pois o que mesmo importa é o dinheiro, não é? É apenas útil o aeroporto e caixas cinzas de moradias de massa do que uma casa de família esplêndida e palacial. Outro exemplo é São Paulo, uma cidade de quase 5 séculos, cujas ruas e habitações não refletem a evolução e o crescimento da cidade ao longo dos séculos, parece mais com uma cidade chinesa recém-construída para o povo trabalhar e morar exclusivamente para ganhar dinheiro. São Paulo que não se diferencia mais de nenhuma grande cidade moderna no mundo, cinza, frenética, poluída, cheia de vidros, carros, prédios cinzas de um mesmo formato e estilo, e mais carros...tudo se perdeu, tudo destruído, tudo reconstruído. Em Diamantina, cidade histórica de Minas Gerais, ainda preserva sua história, mas já foram muitas as bocas que soltaram um "porque não derruba tudo para modernizar a cidade?" Você tem que explicar que os escravos construíram e sacrificaram-se para construir, tem que colocar um apelo sentimental e humanitário, pois senão é injustificável. Conhecer a própria história não basta? Saber como viviam os antepassados não é importante? Preservar as memórias para ter um direcionamento no futuro não é o suficiente? Então o que é importante? Destruir para reconstruir, derrube o velho para erguer o novo, que também amanhã será derrubado. Este problema atinge todas as cidades brasileiras, principalmente aquelas cuja doutrina modernizante atinge os líderes que só pensam em formas de arrecadar mais impostos para sustentar o inchaço das contas públicas.
Recentemente, Taiobeiras modernizou o centro, asfaltou as ruas e tirou os paralelepípedos que tanto incomodavam as mulheres que queriam andar de salto alto na feira, olha que tristeza. Mas usaram a desculpa dos idosos e deficientes que tinham dificuldades de se locomover, reivindicação legítima, mas, não havia um só engenheiro nessa cidade? Não havia um especialista em planejamento urbano que dissesse "a rua não é para andar de salto alto, e sim as calçadas, cadeirantes e cochos não podem andar no meio da rua e sim nas calçadas, atravessar somente nas faixas", essas sim, deveriam SER POSTAS, as calçadas, ESSAS SIM, deveriam ser uniformizadas, niveladas e devidamente pavimentadas, coisas que não foram. Numa página do instagram, um cidadão questionou à prefeitura se não faltou senso histórico na obra de melhoria, ao que o prefeito Danilo respondeu com devida grosseria, que a desculpa de preservação histórica é coisa de uma imbecilidade inútil, é mais importante reconstruir de novo e esquecer o passado, não é, então eu questionei o prefeito se ele achava que não era importante preservar a histórica e arquitetura da cidade, do que ainda resta, se era uma imbecilidade a Praça de São Pedro no Vaticano, cujo pavimento era o mesmo de Taiobeiras até recentemente, se era imbecilidade e ridículo as cidades do Porto e Lisboa, Braga, Madrid, Roma, Amsterdã, Roterdã, Londres e Verona ou Milão e Piza, se também eram ridículas Ouro Preto e Mariana ou Sabará, Recife e Olinda? Mas ele não respondeu. Que necessitava de melhorias para locomoção, sem dúvidas, mas puxa, não teve inteligência para solucionar? Não, não é isso, é que a lógica é destruir para reconstruir, o novo no lugar do velho.
Este tema é demasiado complexo para tratar num único artigo. Mas estou escrevendo um livro que, não fala sobre isso especificamente, mas que engloba em partes este tema, principalmente dos problemas e das ideologias por trás. Não, não é culpa apenas dos líderes imbecis brasileiros, é também a utilidade de suas ignorâncias para projetos tão poderosos que fogem da mente das massas. Mas, o assunto aqui tratado não é estudo de caso, mas a mera constatação de um cidadão que já não sabe mais as referências.
E o que você acha disso? Concorda que estamos num processo de destruir-reconstruir? Deixe seu comentário.
Imagem de Websi por Pixabay
Não há país com mais líderes ignorantes sobre política do que o Brasil. Bem, talvez, eu tenha exagerado, não conheço outros líderes que sejam burros como os brasileiros. Uma das coisas que constatam esta situação catastrófica e aparentemente irremediável é o descaso dos brasileiros e em especial dos líderes com a própria história. Nesse artigo em especial quero tratar especificamente da questão arquitetônica. No Brasil a lógica é destruir o que é antigo e colocar no lugar um mercado com vidro espelhado, um salão de festas num galpão de metal no lugar de uma casa do século XIX e etc. O efeito disso é que as gerações mais novas vão perdendo a noção de sociedade enquanto uma continuidade histórica e não apenas de convívio de interesses individuais. As gerações mais novas não apenas perdem a noção de sociedade como procura consciente, subconsciente, e inconscientemente novos arquétipos de sociedade ou pseudosociedades que corroem o seio de maturidade social como veremos depois.
Para não delongar basta dizer que todo ser humano necessita de convívio social. Invariavelmente é assim. Mas a negligência de uma sociedade alicerçada em princípios de interdependência e respeito a individualidade provocar-se á uma verdadeira engenharia criminosa de autopreenchimento voraz por categorias nada convencionais. É o que acontece com a nossa arquitetura histórica , ela, simplesmente, é apagada ao longo dos dias e anos que passam, e novos edifícios são postos no lugar dela, dando a sensação de que a sociedade é reconstruída a cada nova geração do zero, sem laços inclusive de convívio com a anterior, exceto para a sua superação conceitual. Isto acontece não só com a arquitetura, mas também com a literatura, com a música, com a arte esculpida, com o cinema e com a política, e até com os valores de educação e convivência. Ou seja, com todos os tipos de artes, que são expressão da alma humana no meio natural. O homem deixa de manipular o natural para se sobrepor ao caos natural, para manipular o que já foi feito para sobrepor-se ao que já foi edificado antes e portanto, para gerar o novo caos. Mas, alguém se pergunta qual a consequência disso? Não, nem os artistas, eles estão preocupados demais para seguir as novas modas que vão substitui-los amanhã. O que acontecerá é simples, uma juventude rebelde a cada nova geração.
Sem este senso de pertença a juventude mergulha-se em pseudosociedades que são nada mais do que tentativas de preencher o vazio de identidade social que também é identidade individual, pois estão enlaçados. O primeiro laço é o da família, os pais não tem os mesmo gostos que os filhos, isto é uma catástrofe irremediável, pois já se impregnou nas raízes das últimas gerações. O segundo laço é o do clã, que no Brasil, exceto por contextos muito isolados, já se perdeu completamente e a ideia passa de forma caricata na cabeça das pessoas. O terceiro laço é a comunidade (não apenas de vizinhança, mas de laços históricos, sociais, religiosos e etc.) que antigamente se concentrava no meio rural, hoje, está nos bairros, de forma muito sutil e superficial. O quarto laço é a fé e religião, que hoje foi substituída por outras pseudoreligiões como torcidas organizadas e gostos individuais coincidentes. O quinto laço é o do patriotismo que pode se expressar por diferentes níveis como a cidade, a região, o próprio país e etc. Estes laços não possuem hierarquia, eu enumerei apenas para exemplificar os tipos de laços sociais que estão diretamente atingidos pelo conceito destruir-reconstruir-destruir da nossa sociedade brasileira atual.
Coisa semelhante é o que acontece com a arquitetura de um povo, ela expressa a sua identidade, sua forma de construir, de olhar e contemplar ou manipular o ambiente ao seu redor. Ela vai construindo laços do passado com o presente e conforme também avança o futuro. Mas, no Brasil isto se perdeu completamente, tudo é destruído, tudo, tudo, um exemplo é Guarulhos, na Grade São Paulo, onde a cidade de 460 anos não possui quase nada que conte a sua história desses quase 5 séculos! Principalmente de formas arquitetônicas preservadas, tudo é destruído, tudo é reconstruído, é mais importante mercados e shoppings sem identidade, idênticos no mundo inteiro, pois o que mesmo importa é o dinheiro, não é? É apenas útil o aeroporto e caixas cinzas de moradias de massa do que uma casa de família esplêndida e palacial. Outro exemplo é São Paulo, uma cidade de quase 5 séculos, cujas ruas e habitações não refletem a evolução e o crescimento da cidade ao longo dos séculos, parece mais com uma cidade chinesa recém-construída para o povo trabalhar e morar exclusivamente para ganhar dinheiro. São Paulo que não se diferencia mais de nenhuma grande cidade moderna no mundo, cinza, frenética, poluída, cheia de vidros, carros, prédios cinzas de um mesmo formato e estilo, e mais carros...tudo se perdeu, tudo destruído, tudo reconstruído. Em Diamantina, cidade histórica de Minas Gerais, ainda preserva sua história, mas já foram muitas as bocas que soltaram um "porque não derruba tudo para modernizar a cidade?" Você tem que explicar que os escravos construíram e sacrificaram-se para construir, tem que colocar um apelo sentimental e humanitário, pois senão é injustificável. Conhecer a própria história não basta? Saber como viviam os antepassados não é importante? Preservar as memórias para ter um direcionamento no futuro não é o suficiente? Então o que é importante? Destruir para reconstruir, derrube o velho para erguer o novo, que também amanhã será derrubado. Este problema atinge todas as cidades brasileiras, principalmente aquelas cuja doutrina modernizante atinge os líderes que só pensam em formas de arrecadar mais impostos para sustentar o inchaço das contas públicas.
Recentemente, Taiobeiras modernizou o centro, asfaltou as ruas e tirou os paralelepípedos que tanto incomodavam as mulheres que queriam andar de salto alto na feira, olha que tristeza. Mas usaram a desculpa dos idosos e deficientes que tinham dificuldades de se locomover, reivindicação legítima, mas, não havia um só engenheiro nessa cidade? Não havia um especialista em planejamento urbano que dissesse "a rua não é para andar de salto alto, e sim as calçadas, cadeirantes e cochos não podem andar no meio da rua e sim nas calçadas, atravessar somente nas faixas", essas sim, deveriam SER POSTAS, as calçadas, ESSAS SIM, deveriam ser uniformizadas, niveladas e devidamente pavimentadas, coisas que não foram. Numa página do instagram, um cidadão questionou à prefeitura se não faltou senso histórico na obra de melhoria, ao que o prefeito Danilo respondeu com devida grosseria, que a desculpa de preservação histórica é coisa de uma imbecilidade inútil, é mais importante reconstruir de novo e esquecer o passado, não é, então eu questionei o prefeito se ele achava que não era importante preservar a histórica e arquitetura da cidade, do que ainda resta, se era uma imbecilidade a Praça de São Pedro no Vaticano, cujo pavimento era o mesmo de Taiobeiras até recentemente, se era imbecilidade e ridículo as cidades do Porto e Lisboa, Braga, Madrid, Roma, Amsterdã, Roterdã, Londres e Verona ou Milão e Piza, se também eram ridículas Ouro Preto e Mariana ou Sabará, Recife e Olinda? Mas ele não respondeu. Que necessitava de melhorias para locomoção, sem dúvidas, mas puxa, não teve inteligência para solucionar? Não, não é isso, é que a lógica é destruir para reconstruir, o novo no lugar do velho.
Este tema é demasiado complexo para tratar num único artigo. Mas estou escrevendo um livro que, não fala sobre isso especificamente, mas que engloba em partes este tema, principalmente dos problemas e das ideologias por trás. Não, não é culpa apenas dos líderes imbecis brasileiros, é também a utilidade de suas ignorâncias para projetos tão poderosos que fogem da mente das massas. Mas, o assunto aqui tratado não é estudo de caso, mas a mera constatação de um cidadão que já não sabe mais as referências.
E o que você acha disso? Concorda que estamos num processo de destruir-reconstruir? Deixe seu comentário.
Comentários
Postar um comentário